Passaram trinta anos. Juliana e Araújo trabalharam durante
quinze na mesma sala de arquitectura frente a frente, uma sala pequena com
vidraças grandes onde só os cavaletes os separavam.
Nos últimos tempos desses quinze anos, os dois, deixaram-se envolver pelas
muitas horas de olhares e conversa de desejos intermitentes, passavam mais horas juntos que com os seus conjugues, pensaram que se amavam.
Havia toques e pequenos beijos nos lábios, as mãos dele pareceram-lhe a ela sempre muito macias, até ao dia em que a oportunidade de ficarem completamente a sós lhes mostrou que outro caminho deveria ser percorrido.
Havia toques e pequenos beijos nos lábios, as mãos dele pareceram-lhe a ela sempre muito macias, até ao dia em que a oportunidade de ficarem completamente a sós lhes mostrou que outro caminho deveria ser percorrido.
As histórias começam sempre assim.
No dia seguinte assim que Juliana entrou na sala ele abrasou-a por trás, acariciou-a
destemidamente, ela avisou-o que podia ser perigoso e beijou-o.
Uma segunda oportunidade de estarem a sós surgiu, entraram
no quarto do hotel e sentaram-se na borda cama, ele colocou uma das mãos sobre a
perna dela, olharam-se, sorriram e decidiram sair dali.
Estás aborrecido?, não!. Tempos depois Juliana mudou para
uma das salas do terceiro andar do edifício e Araújo passou a fazer serviços no exterior.
Deixaram de se encontrar de se ver, sobrava as festas de natal onde nem se quer
se sentavam juntos.
Volvidos outros quinze anos Araújo volta a ser colocado na
sala das vidraças grandes, chegou cedo, vai preparando o seu portátil e não
repara que quem lhe diz bom dia é Juliana.
Um comentário:
Moral da história, não se deve confiar nas mulheres!!!
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