sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Évora


Ele tinha trabalhado em Évora há alguns anos, tinha conhecido uma mulher linda e com ela viveu um romance que nunca esqueceu.

Acabou e ele deixou a cidade para se estabelecer quase a duzentos quilómetros, não mais a viu, ela também nada disse, sempre que visitava o Alentejo passava por Évora apenas para beber um café na praça do Geraldo.

Fazia questão de o fazer e assim recordava muitos dos momentos daquele amor que achava tinha terminado por questões dúbias e que a inexperiência da vida de serem novos deitou tudo a perder.

Imensas situações inesquecíveis que viveu com ela lhe surgem uma vez mais na cabeça enquanto controla a viatura em mais uma ida a Mourão, faz isto duas vezes por ano para estar com amigos, está  quase a chegar a Évora, a nostalgia começa a sentir-se no corpo e mais uma vez se interroga: Que será feito dela!?!.

As histórias começam sempre assim...

Estaciona fora da muralha, caminha em ruas estreitas que conhece, passa junto a casa onde viveu com ela, pensa em não olhar e acaba por o fazer de soslaio, segue em direcção ao Geraldo.

Aproveita para entrar num restaurante onde tinha o habito de estar com ela, o dono ainda é o mesmo e cumprimentam-se depois vem a esposa, muitas são as perguntas, uma é a que tem alguma importância: Então casou?, não! Não casei.

Despediu-se e dela nada soube, chega à praça do Geraldo e senta-se na esplanada do meio, ao empregado pede um café e com a mão por baixo do queixo recorda a ultima vez que ali esteve com ela, lembra-se de lhe ter dito: 

“Um dia ainda te vou dizer que és a mulher da minha vida”.

Um comentário:

Anônimo disse...

Uma frase....... muito habitual.........

Beijo,Nati