quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Largo da Capela


Estavam todos impacientes no largo da capela, ele o noivo, saltava de magote em magote de convidados mostrando o nervosismo de quem se ia casar.

Estava um calor insuportável, já havia poucos engravatados e as senhoras eram quem mais solicitava água.

A noiva tardava o padre veio junto da porta perguntar a razão do atraso e ele ainda ficou mais nervoso.

Um amigo abeira-se dele e tenta acalma-lo: Então pá, tem calma, até parece que nunca tiveste num casamento, respira fundo.

Ele esfrega o queixo e tremendo os lábios diz entre as mãos ao ouvido do amigo: Não é isso, ela está ali eu não caso se ficar comigo o que é que faço.

As histórias começam sempre assim.

Vai falar com ela aproveita que esta sozinha, força não te quero ver infeliz, devias ter resolvido isto antes de chegares aqui.

É uma loucura, até parece mentira, mas estes últimos dois meses foram de morrer, estou completamente confuso e tu não ajudas nada. Ajudo como!!??!!, olha só a encrenca em que te meteste, fala com ela ainda tens uns minutos, vai, eu levo-te daqui.

Ainda chegam mais convidados e o pai da noiva anuncia que ela vem a caminho o que provoca uma salva de palmas, ele faz um sorriso quase envergonhado e olha para o amigo que o incentiva gesticulando a cabeça.

Ela, a convidada, protege-se do sol junto a um arbusto, ele aproxima-se e diz-lhe que a ama, ela olha-o e responde: Se quiseres serei sempre tua amiga mas tua mulher não.

Passados vinte anos o amigo recebe uma mensagem dele no telemóvel: É pá ela passou aqui neste momento, onde vais ver o futebol, abraço.

Um comentário:

Nequéren Reis disse...

Olá!!!, Deus te abençoe,amigo poema maravilhoso, o seu blog é ótimo sucesso, já estou te seguindo, Aguardando Retribuição.
Canal Youtube: http://www.youtube.com/NekitaReis
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