sábado, 13 de outubro de 2018

Velha Ponte


Nesta mesa minha conhecida desenho a lápis as linhas fronteiriças do teu rosto, o sinal, as rugas, os lábios que me merecem uma atenção solidária, falho a cor dos olhos, eles, lâminas que cortam a minha alma na descoberta de quem amo.

Diz-me o que em mim podes amar, em que camas, prometo segurar as lágrimas, a verdade é que começam a faltar-me histórias para escrever sobre o que acontece.

É tão fácil amar o que não existe, sofrer de saudade da velha ponte onde nunca pensamos morrer por alguém, as conversas que não temos são as que mais magoam, são as que guardam segredos.

A verdade, é que não tenho outra história para além desta do que nos aconteceu, assim, fico a aguardar para um dia perceber melhor do que me esqueci porque ninguém se prepara convenientemente para a chegada de um amor.

Um comentário:

Anônimo disse...

As coisas pequeninas são muitas vezes as mais importantes. Pior que conversar sobre o passado é tentar discutir o futuro que se calhar já foi teu e parece ter deixado de o ser. Queres falar de quê?