Existia no modo de olhar um arrepio que era pertença de ambos, eram um do outro, nas noites, o abraço final era inocente e feliz, e para adormecer falavam de morangos e de aromas de flores.
Aguardavam-se com a mesma ansiedade de como as flores esperam por água, viviam com a mesma saudade que o trigo sente ao ser semeado, amavam-se entre as demoras, as horas,
frenesins e ausências.
Uma felicidade que revelava a vida de água transparente, que facilmente se perdeu em silêncios em esplanadas conhecidas, adiaram-se confidências dóceis opacas durante meses somados sem nenhum cálculo, às vezes torna-se tão criminoso quando não percebemos uma palavra, uma jura, uma alegria.
Antes de morrer pelo tempo que a esperou, escreveu-lhe: Diz-me alguma coisa inocente.
Um comentário:
Toda a arte de expressar a beleza das emoções em textos que me fazem cosegas na alma. A imagem completa tudo o resto. Nunca deixarei de ler um rabisco Teu.BJOS
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