Viu-a a sair do automóvel e a seguir a beira do rio. Foi
olhando até que ela se perdeu entre os ramos pendurados das árvores que lhe
davam sombra.
Deixou-se ficar sentado na esplanada a ler o livro que o acompanha
e vai bebendo a cerveja que esta sobre a mesa.
Passaram poucos minutos e ela volta a passar, entra no automóvel e vai embora, ele seguiu-a
com o olhar e achou-lhe graça.
Ele não conhece a cidade.
Foi ali colocado em trabalho e encontrou aquele local por acaso, gosta de ler, o bar tem uma esplanada defronte ao rio no que parece ser a parte velha da cidade.
Foi ali colocado em trabalho e encontrou aquele local por acaso, gosta de ler, o bar tem uma esplanada defronte ao rio no que parece ser a parte velha da cidade.
Ficou mais um tempo, depois foi para casa mas a silhueta
daquela senhora não se dissipara.
É um homem livre, a vida deu-lhe alguns amores mas nenhum o
agarrou, nunca se prendeu por muito tempo, é bem sucedido profissionalmente, antes de chegar veio escolher o pequeno apartamento para viver, adora andar de bicicleta.
Sobe junto ao rio, passa por uma catedral e depois outra, vai pensando se no dia seguinte a vai ver outra vez: "Será que ela volta a aparecer", interroga-se.
As historias começam sempre assim.
A tarde quase no seu final está quente, e ele está na mesma mesa com o mesmo livro.
Inquieta-se, não consegue ler e já vai em duas cervejas, de súbito ela volta a estacionar
o automóvel e faz o que no dia anterior fizera, passou rio abaixo e voltou
alguns minutos depois, entrou no carro e partiu.
Os dias foram passando e ele deixou de ler, sentava-se na
esplanada bebia umas cervejas só para a ver passar, por vezes ela não aparecia.
Começou a ficar intrigado com o que ela fazia junto ao rio no final das tardes escondida pelas árvores.
Começou a ficar intrigado com o que ela fazia junto ao rio no final das tardes escondida pelas árvores.
Decidiu que no dia seguinte seguiria o mesmo trajecto para
tentar o primeiro contacto.
Chegou cedo e foi andando até se embrenhar no arvoredo,
deparou-se com uma pequena ponte com laterais em ferro, transpôs para a outra
margem, está logo na sua frente um banco em madeira e sentou-se de livro na mão, esperou, e na hora habitual
ela surge, ele levanta-se, e ela pára em cima da ponte, agacha-se, agarra um
cadeado dos muitos que estão presos no gradeamento, passa-lhe as pontas dos dedos
e volta para trás.
"Pela filha que não tivemos, amo-te".
Um comentário:
Muita emoção em cima dessa ponte.
Adorei......a história.
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