terça-feira, 9 de julho de 2013

O Pôr-do-sol


Fixou as imagens e quadros expostos na parede do bar para recordar as poucas horas que ali esteve com ele.

Ela, regressa ao país que agora é o seu. 

No táxi segue em direcção a casa, vai trocando algumas palavras com o motorista que conhece mas vai nervosa e com saudade de abraçar o filho.

À sua espera o companheiro, sorri, e ela cumprimenta-o com amizade.

Chegou sem saudades do homem que que lhe abriu a porta de casa, sentada na cama do quarto pensa como vai resolver esta questão sem provocar demasiada dor.

Este homem por quem se apaixonou numa situação de fragilidade emocional tornou-se uma desilusão. Já lhe tinha dito que casar estava fora de questão e esperou que ele saísse da sua vida. 

Aproveitou uns dias livres para estar na sua terra natal junto da família, vem-lhe à cabeça o que encontrou o que lhe aconteceu, "que esta ele a fazer neste momento", é o que pensa no silêncio que agora o seu quarto lhe proporciona. 

O companheiro de seis anos entra quando ela está quase nua e tenta abraça-la, ela repudia-o, manifestando o cansaço que vai justificando com a viagem, ele sai compreensivo.

A noite é desastrosa, não dorme, na cabeça ele ocupa-lhe todos os espaços possíveis e a vontade de falar com ele é inevitável, decide ir ao computador quando todos dormem e, abre a caixa de email para lhe escrever e foi surpreendida com uma mensagem, que leu: “Estava a chover e fazia frio, ofereci-te o meu casaco, era para ficares de frente comigo e o mar nas minhas costas”.

As histórias começam sempre assim. 

Escreveu na resposta que o que lhe importava era estar ali, "gostei muito de estar contigo", ainda lhe disse que o fim-de-semana seria fora de casa com o companheiro num resort, e que quando chegasse iria combinar como podiam falar ao telefone.

Domingo, ele vai a caixa do correio electrónico na esperança de ter alguma mensagem dela. Sim, tem uma mensagem, começa a ler e nota que ela está triste, ela desabafa que o relacionamento esta um caos.  

Os dias foram passando e os dois trocam mensagens e telefonemas a todo o momento. Ela deseja voltar a Portugal, ele mais sereno fala-lhe para ter calma, compreensão e tentar resolver as questões da vida com o mínimo de desagrado que isso possa provocar.

Quase no final da primavera ela escreve num email: "Tu tens conseguido dosear a minha vida de serenidade, afinal da minha varanda eu tenho um pôr-do-sol lindo e nunca tinha reparado."

Ele respondeu: "Se estivesse junto a ti neste momento dizia que te amava."  

2 comentários:

Anônimo disse...

Lindissimo....quando se ama até o por-do-sol tem outra beleza.
Gostei muito,um beijo

Nati

Carlos Rodrigues disse...

"Tão lindo...................."