quarta-feira, 19 de junho de 2013

A Noiva


Sexta-feira, o dia está a acabar e eles chegaram de umas curtas férias numa praia próxima da sua terra.

Ela fica em casa e ele despede-se com um até logo, combinaram sair à noite.

São nove e trinta e quatro da noite, o tempo parece dar chuva, ele toca a campainha e a porta abre-se, ela está pronta para sair, vão dar uma volta e nem arriscam a levar chapéu-de-chuva. 

Caminham lado a lado pelas ruas da vila e deixam sorrisos sonoros que se ouvem para lá das janelas iluminadas.

Quando te disse que tinha as pernas queimadas do sol tu só tocaste com o dedo!, diz ela acompanhando com uma gargalhada. Ele, mostrando alguma timidez deixou sair: pois foi.

O vento e alguns pingos ameaçavam uma noite de intempérie, na avenida principal da vila e quando eles olhavam uma montra de móveis a energia eléctrica falhou, no mesmo acto soou um trovão e ela assustada abraçou-o, soaram outros trovões e foram ficando assim, abraçados.

As histórias começam sempre assim. 

Na escuridão ensaiaram um beijo nos lábios e depois outros e regressaram a casa. 

Durante algum tempo os mimos os beijos os toques foram uma constante entre eles até que a vida se alterou, ela teria de mudar de residência, teria de se mudar para uma cidade distante para dar inicio a sua actividade profissional, ele também teria de se mudar para trabalhar. 

Ela partiu, deixando-lhe umas calças que ele usou, ele não lhe deu nada.

Separados, ouve oportunidade para a troca de cartas do correio, o tempo ora de chuva ora de sol foi passando, ele, quase que lhe perdeu o rasto, nada sabia, sempre que vinha de fim-de-semana tentava saber noticias mas a resposta era sempre a mesma. Está tudo bem.

Voltamos a outra sexta-feira.

Ele chega a casa deixa cair a mochila no chão do quarto quando lhe dizem que ela tinha chegado na terça-feira, saiu apressadamente e encontrou a mãe dela que lhe confirmou a novidade: Vai, deixei a porta aberta.

Entrou casa adentro não a encontrou e dirigiu-se ao quarto.

A porta do quarto estava fechada, ouviu-a sorrir, abriu a porta e ela estava na cama, acompanhada.

Ficou em silencio as pernas tremiam, o açúcar no sangue deu sinal de ter desaparecido, derrotado, saiu enquanto ela o chamava vindo ao seu encontro, ele decepcionado ainda lhe disse: não sabia que tinhas namorado. Ela olhou-o e surpreendeu-o: 

Conhecemo-nos na terça quando cheguei, vamos casar.

Um comentário:

Anônimo disse...

E casaram ?
Acho que não.
Mais uma linda história,gostei....

Beijinho,Nati