Sentei-me na esplanada na minha praia junto da rebentação e olhei os teus passos ondulantes no areal, o teu andar, o teu rumo, a graça e o aprumo a lembrar a gaivota cantadeira e não estamos numa manhã de primavera.
Reparei quando apanhavas conchas, quando atiravas pedras ao mar, a tua robustez, a lembrar a brandura das searas que me agarram e afagam á distancia de uma essência.
Chamaste-me com a tua voz de menina: “vem cá”! a lembrar passarinhos cantores que enfeitiçam e desembrumam a espessura das minhas noites de Inverno.
Abeirei-me de ti de pés molhados, eu era sorriso, tu de orvalheiras de luz e de maresias prenhes de sol, que te envolviam pura e suave, na tua pele nívea salpicada de inocência.
Falei de amor e de musica romântica, de Ernesto Cortazar, tu, lembraste libreto e valquíria e da minha luta por ti.
És horizonte, cascata, pintura intensa e anjo bom, és liberdade, podes ser cadeia, és a minha perdição.
Nos meus sonhos e a minha morte.
Um comentário:
Belo instantâneo, Tonito... Ainda bem que ela ficou. Talvez tenha reparado no seu corar, o que ainda a fez corar mais, aquecendo e colorindo o momento. Talvez tenha ficado menos triste. Divagações...
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