segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Dei por mim

Ontem, dei por mim a olhar pela janela no quente da minha cama como quem procura um porto seguro, onde estás?, para que eu me volte a perder de ti, para voltar a ter de te encontrar?

Quando me beijaste naquele dia, anos passaram, não foi?, anos é apenas um oceano imenso de minutos e horas num ondular sereno que nos manteve até aqui, és o crime mais espantoso da minha vida, o mistério de tudo o que nunca se deixa para trás, é de assumir que fomos estranhos em momentos ao longo do caminho, talvez hoje sejamos amantes fora do tempo.

Se soubesses como era eu com vinte anos choravas, hoje, na beira da minha morte sorri, faz-te ouvir em gargalhadas pela vida que me aconteceu.

Nenhum comentário: