Sentei-me na esplanada onde se vê o mundo na minha praia, vi que você caminhava junto da rebentação e reparei nos seus passos ondulantes, o seu andar, o seu rumo, a graça e o aprumo a lembrar a gaivota cantadeira e não estamos numa manhã de primavera.
Notei que apanhava conchas e atirava pedras ao mar, envolvime na sua robustez a lembrar a brandura das searas que me agarram e afagam á distancia de uma essência.
Chamou-me, com voz de menina, “venha cá António Pinto” a lembrar passarinhos cantores que enfeitiçam e desembrumam a espessura das minhas noites de Inverno.
Abeirei-me de si de pés molhados, eu era sorriso, você de orvalheiras de luz e de maresias prenhes de sol, que a envolviam pura e suave, na sua pele nívea salpicada de inocência.
Falei de amor e de musica romântica, de Ernesto Cortazar, você, lembrou libreto e valquíria e da minha luta por si.
Você é horizonte, cascata, pintura intensa e anjo bom, é liberdade, rir intenso, cadeia, é a minha perdição.
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